sábado, 5 de janeiro de 2013

Desilusão (para Joice Paiva )



Quando a gente começa o primeiro relacionamento, todos os sonhos são dele. E todas as experiências reais também. A gente passa horas testando vários tipos de beijos ( até aquele que lambuza a boca com chocolate), a gente passa horas ao telefone porque parece que o assunto nunca acaba, a gente planeja meses antes o que vai dar de presente no  dia dos namorados. Sem falar nas primeiras vezes vividas juntos: a primeira carícia mais íntima, o primeiro apertão nas costas nuas, a primeira transa, o primeiro orgasmo, a primeira sensação de ser plenamente um homem ou uma mulher...
Além disso, o futuro parece não ter limite. São muitas viagens de fim de semana, churrascos em família, noites à toa em frente à TV, cineminha, sorvete, lanches e muitas pizzas.
Mas a adolescência é um período de transformações. Assim como o corpo, a mente da gente também muda e nem sempre esse amor tão puro acompanha tanta mudança. Por isso mesmo é difícil esse primeiro amor ser pra sempre. E, se acontece o rompimento, vem a desilusão. 
E a gente chora, chora e acha que nunca mais a vida terá a mesma cor. E não terá. O que não significa que não terá outras cores igualmente ou até mais belas. 
Tenho aprendido que muito da dor que temos quando perdemos um amor é resultado não só da desilusão, mas também e, principalmente, do nosso orgulho. Não conseguimos aceitar que o ser amado possa conseguir viver sem tudo aquilo que vivemos juntos.
Egoísmo isso?
Não acho que seja. Pelo contrário, penso que é mais uma forma que nossa mente tem de manter-se lúcida, apesar da dor.
E não é esse mesmo orgulho que nos faz seguir em frente e conseguir, um dia, fazer a escolha certa de amar de novo?
Não sei.... acho que sim.